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domingo, 26 de setembro de 2010

QUEM É NOSSO VAMIPIRO?

Às vezes é difícil nos desvincilharmos de algumas heranças do passado, das quais gostaríamos de nos ver livres o quanto antes.

São companhias, assuntos e situações que parecem nos arrastar para um tempo do qual não temos a menor saudade, que poderia ter sido diferente ou simplesmente não ter acontecido.

Certa vez li uma pequena análise sobre a obra "Drácula", de Bram Stoker, que nunca mais esqueci. Talvez por retratar perfeitamente isso que tento explicar.

O autor, Richard Noll, em seu livro "O culto de Jung", dizia o seguinte:

"Rei dos vampiros, Drácula é o perfeito horror cultural do fim de século: algo que, embora continue vivo há séculos, ainda assim está morto; um morto-vivo que suga a vitalidade dos vivos, tal como fazia a própria civilização europeia."

Essa é uma imagem perfeita para o que me refiro. Um passado que nos persegue não é nada mais que isso: um morto que permanece vivo e suga nossa energia vital. Um fardo, um parasita, um hospedeiro que vive sobre nossos ombros e que lutamos e sacudimos com violência para lançar ao chão, mas que sempre volta.



 

terça-feira, 14 de setembro de 2010

A VERDADE DÓI...


Nunca estamos preparados para ouvir a verdade, pricipalmente quando esta verdade vai de encontro a nossa imagem.
Estar preparado para ouvir verdades é sinal de amadurecimento e crescimento interior.
Temos que estar bem com nossa auto-imagem, afinal "é o que temos para o momento" e se uma gordurinha aqui, uns quilinhos a mais na balança ou uma barriguinha estão te incomodando, não deixe que isso estrague o seu dia e nem deixe de usar aquela roupa nova, só porque ela não ficou da maneira que você se imaginava nela, afinal hoje é o dia!
E a melhor de todas as dicas: ouça a verdade que o outro está dizendo sem maiores dramas, pense a respeito e pergunte-se que importância tem essa verdade na minha vida e mais...essa também é a minha verdade?
Porque a melhor de todas as verdades é sermos verdadeiros conosco mesmo.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O HOMEM IDEAL

O homem ideal


Ele existe, sim. E, graças a Deus, está muito longe da perfeição.

O homem ideal me faz rir, mas nunca usa o riso contra mim. Tem a rara habilidade de saber ouvir e só diz o que é necessário, bom ou a dura e intransponível realidade.

Compreende a diferença entre estar presente e fazer companhia.

Não é prolixo, nem tenta impressionar. Não precisa entender de vinho, charutos ou golfe; precisa ser autêntico e admitir que não entende de vinho, charutos nem de golfe (e eventualmente confessar que gosta mesmo é de pinga). Ele não exige a todo instante meu lado risonho porque sabe como sabe de tantas outras coisas não ditas em sentenças ou discursos, que os dias negros fazem parte de mim.

Nota as sutis alterações de humor pelo tom da minha voz e, antes de prejulgar as razões, se predispõe a fazer cafuné ou, sensato, cala-se ao meu lado olhando para a TV. E não exige explicações porque possui uma calma sabedoria que me impele em sua direção: dividir minhas angústias e anseios com este homem é tão acolhedor quanto deitar na grama sob o sol de outono. O homem ideal me dá bronca quando abuso da minha independência ou como chocolate demais e depois reclamo do peso. Ele compra sorvete light e evita discussões posteriores. Compreende que preciso da sensação indescritivelmente libertadora de sumir por algumas horas e, mesmo não concordando com ela, não me interroga como um oficial do DOI-Codi quando piso em casa, levemente para não o acordar, às 2 da manhã.

O homem ideal canta. Não precisa ser afinado, mas sussurra (seja ao telefone ou ao vivo) canções que, num dia qualquer, mencionei gostar. Pode saber dançar. E, se não souber, que mantenha a dignidade e fique sentadinho me observando. Também bebe. Meio pinguço é daqueles que ficam charmosos de matar com um copo de uísque nas mãos. É deliciosamente sacana três doses acima do normal. Enterra os bons modos e fecha abruptamente a porta do quarto, sem tempo para que eu responda à pergunta nem sequer formulada. Adormece aconchegado a mim, mas não suporta ficar agarrado durante toda a noite.

E também curte cozinhar. Diverte-se tanto numa loja de condimentos como diante de uma prateleira de CDs. Não me expulsa da cozinha mesmo que eu esteja atrapalhando. Não me dá fusilli na boca, mas o serve no meu prato, com pouco queijo e muito molho.

O homem ideal está sempre disposto a me ouvir, mesmo que seja nos minutos desagendados à força durante o dia cheio, e não usa trabalho nem cansaço como desculpa para suas eventuais faltas; as assume e até se desculpa. Não se esquiva de discutir os problemas que não se solucionam com notas de 100. Não considera fraqueza dizer que me ama. Pede ajuda quando sente que o peso colocado sobre seus ombros extrapolou sua força. E chora. Não faz promessas porque sabe que nem sempre é possível cumpri-las. Vive regido por sua consciência, mas, impulsivo, assassina a etiqueta e comete atos passionais. Então faz besteiras, erra, engana-se. E nem por isso deixa de ser maravilhoso - apenas segue sendo magnífica e tropegamente humano.

O homem ideal é imperfeito, numa imperfeição que combina exatamente com a minha.

Escrito por Ailin Aleixo