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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

VAZIO



Hoje resolvi falar sobre o vazio... 
Quando penso em vazio a única coisa que me vem à mente é o nada, é o que não é sem nem ter sido.
Na Psicanálise Contemporânea estuda-se a Patologia do Vazio, onde este nada dentro do ser humano é visto como uma doença. Este vazio instala-se pela falta de afeto entre mãe (ou cuidadora) e bebê. Como podemos ter referência daquilo que não aprendemos ou sequer experimentamos? E é assim que funciona: se o bebê não receber afeto nos primeiros dias e meses de vida, este vazio se instalará e se tornará patológico e este indivíduo "vazio" de afeto estará fadado a passar o resto de seus dias procurando preenchê-lo...
Mas não é bem deste vazio que gostaria de falar, mas sim do vazio existencial, do oco que é o ser humano quando este quer agradar a todos somente para obter ganhos secundários.
Máscaras... Personas... Manipulações... Existem muitos nomes para este "buraco negro" instalado no ser humano, que tenta preenchê-lo do outro ou de objetos que agradem o outro e tudo isso somente para obter algum ganho, mesmo que inconsciente, seja este ganho afetivo, social, profissional ou financeiro.
Na verdade esses seres que se acham "repletos" sofrem, pois quando o outro vai embora ou deixa de existir na sua vida, o que existe é o nada, pois tudo o que se constrói é baseado na subjetividade do outro. O EU só existe enquanto agrada ou tira proveito do outro. Não valem sentimentos, intenções, idéias e ações pois tudo isso é focado simplesmente em tirar algo do outro, o EU não é construído e nem constituído. São parecidos com bonecos infláveis tipo "joão bobo", pois se enchem do sopro de vida do outro e balançam sob a mínima pressão ou movimento mais brusco a sua volta. 
Por algum tempo o outro que é o objeto de "absorção" acha que encontrou a perfeição, mas quando percebe que o que existe ao seu lado é o nada, o que é sem ter sido, decepciona-se e afasta-se... E eis a sina do ser vazio: buscar alguém que lhe dê um sopro de vida... quer isso signifique afeto, carinho, subvenções financeiras ou idéias... este ser só vai conseguir preencher o oco, quando o outro parar de ecoar dentro dele, quando o verdadeiro EU, com todas as suas limitações, inundar o ser que a partir deste momento pode ser chamado de pensante.