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sábado, 31 de dezembro de 2011

O ÚLTIMO DIA DO TEMPO



Quando menina, além de acreditar em Papai Noel, eu vivia a festa do réveillon com uma mistura de alegria e terror. A alegria vinha por conta dos fogos de artifício e da esperança dos adultos de que tudo melhoraria no ano vindouro. O terror vinha da percepção de que o último dia do ano era muito curto. Exceção e euforia tinham hora marcada para terminar.


Hoje, é claro, acho graça na percepção da criança que se foi. Racionalmente, o dia 31 de dezembro é apenas a última data da folhinha que irá para a lata do lixo na manhã seguinte. É puro ritual. Simples convenção, pois os problemas não resolvidos seguirão preocupando e os sonhos não materializados continuarão sendo sonhos.


No entanto, refletindo um tiquinho, existe algo na passagem do ano que nos toca profundo, independentemente da nossa idade, crença, circunstância financeira, condição de saúde. Algo que talvez habite o inconsciente coletivo. É o carimbo da data de validade que todas as coisas e todos os seres do universo carregam.


Data de validade sussurrando o inexorável. O que começa, termina. O que inicia, finaliza. O que enche, esvazia. O que fala, cala. O que sobe, desce. O que abre, fecha. O que corre, para. O que molha, seca. O que brilha, apaga. O que nasce, morre.


Drummond, adverte no seu poema Passagem do Ano: "O último dia do tempo/ Não é o último dia de tudo/ Fica sempre uma franja de vida." É isso mesmo. Nada termina completamente. Os mortos queridos seguem vivendo no coração de nossa memória. Os feitos concluídos seguem ecoando na nossa história. Os clássicos continuam encantando. De repente, sem aviso, o passado reluz na volta da esquina.


É, também, a aparição do círculo ligando o início ao término, o fim ao começo. O circulo está dentro de nós. Ele é a essência. Por conta disso ansiamos pela novidade. Ao mesmo tempo em que nos entristecemos com o vivido que não volta. Não voltará aquele beijo, não voltará aquela vitória, não voltará aquela cidade, não voltará aquele momento exato.


Em frente, em frente! É esse o slogan dos 31 de dezembro. A gente respira fundo e tenta espanar a poeira do que deu errado no ano defunto. Começamos o rosário de promessas: beber menos, fazer dieta, trabalhar menos e melhor, amar mais, pagar as dívidas, ganhar dinheiro, ficar mais inteligente, mais gentil, mais sábio.


Também reconhecemos o que deu certo: a conclusão de um projeto, a reforma da casa, o sapo que cuspimos para fora, o que engasgava na garganta e conseguimos dizer, o sim que nos desafiava e conseguimos dizer. E agradecemos o ser humano  melhorzinho que nos tornamos.


Meia noite. Estouram os fogos. estoura o espumante. Estouram os abraços. A louca esperança cavalga dentro do peito. Será melhor! Será melhor! Assim queremos o ano novo. Que seja de portas abertas e janelas largas. No fundo e honestamente o que mais desejamos é uma nova chance!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

AFLIÇÕES DA PASSAGEM DE ANO




- A passagem de ano é um balanço da vida

- Há uma mistura de esperança e apreensão

- O relacionamento com o mundo é posto em questão

Muitas pessoas suspiram aliviadas quando terminam as chamadas festas de fim de ano. Realmente, o fato de o Natal cair uma semana antes do dia 31 de Dezembro constitui uma OVERDOSE de emoções. Só mesmo nervos de aço e corações de pedra podem passar ilesos por dias tão densos, tão intensos e tão carregados de significação. É emoção demais para ser digerida em pouco tempo. E tome ressaca, empanturramento e indigestão. Com isso não estou me referindo aos excessos físicos. Refiro-me aos excessos psíquicos de que ninguém consegue escapar.

A mente humana é engraçada. É capaz de digerir quase tudo, mas requer uma condição: que lhe seja dado TEMPO para a digestão. É como aquele caipira a quem se perguntou se seria capaz de comer um boi. Sem pressa alguma, respondeu: "É claro que sou. É só me dar um ano. De churrasco em churrasco em chego lá."

Como a cada fim de ano somos quase obrigados a comer um "boi" em apenas uma semana, ficamos expostos às ressacas, às indigestões e aos empanturramentos psíquicos. Os sintomas decorrentes são vários: vulnerabilidade emocional, turbulências interiores, ansiedades, agonias e tristezas, tudo envolto em um clima de apreensão e irritabilidade. Nasce uma preguiça enorme, que vem a ser sinal de exaustão e desejo de recolhimento e repouso.

Não bastassem esses sintomas gerais, que ocorrem sempre que estamos vivendo sobrecargas, ainda existem os sintomas específicos, que correm por conta do significado de cada uma dessas festas.

O Natal é tempo de balanço da qualidade dos vínculos que estabelecemos com aqueles que nos são mais próximos. É tempo de avaliação do amor que damos e recebemos. Não do amor público, social, abstrato, universal, quase impessoal, mas do amor mais íntimo, concreto e personalizado que existe. Nesse sentido, o Natal é o oposto do Carnaval. As emoções carnavalescas não dizem respeito aos nossos amores permanentes e cotidianos. Dizem respeito aos encontros e desencontros dos pierrôs, arlequins e colombinas que cada um traz dentro de si. O Carnaval, portanto, conta nossas realizações e frustrações em relação aos sonhos secretos de amor que todos sonhamos - os encontros e desencontros enamorados, os namoros bem e malsucedidos. O Carnaval é, assim, tempo de balanço de nossa capacidade de despertar magia e sedução.

Já a Passagem de Ano é uma festa híbrida. Contém todos os elementos do Natal e do Carnaval. Não é a toa que tanta gente cumpre sempre um mesmo ritual. Até a meia-noite a pessoa fica com a família, para, em seguida, afogar as mágoas sambando pelas ruas e pelos salões, em cadência de folia.

No entanto, a Passagem de Ano é mais complexa ainda. Não só contém emoções natalinas e carnavalescas, como também contém emoções mais amplas ainda. Na realidade, trata-se de um tempo de balanço. Mas não só de balanço familiar e dos amores enamorados. Trata-se de um balanço geral, que engloba TODOS os aspectos de nossa vida. Tudo o que fomos e deixamos de ser. Tudo o que realizamos e não conseguimos realizar, desde o passado mais longínquo até o presente mais imediato. A tudo isso somam-se as esperanças e apreensões de um novo ano que se inaugura. Ocorre-nos então uma pergunta decisiva: nosso futuro será mais auspicioso que nosso passado? Pergunta que põe em questão toda nossa vida.

Sem dúvida, são muito intensaas as reflexões propiciadas por essa época do ano. Não é a toa que tanta gente vive com apreensão um momento tão denso de emoções, concentradas em um curto período de tempo.

Por fim, a Passagem de Ano é a época da confraternização universal. Devido a esse aspecto, evoca a qualidade de nosso relacionamento com o mundo. Trata-se de uma festa em que somos avaliados. E essa avaliação se dá tanto no plano privado quanto no plano público. Por isso, é possível dizer, sem cair no exagero, que dificilmente há comemoração comunitária mais complexa que a festa de Passagem de Ano. Complexidade que se traduz na soma de emoções, muitas vezes conflitantes, que acometem praticamente todas as pessoas.

Por Eduardo Marcarenhas, psicanalista

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

VAZIO



Hoje resolvi falar sobre o vazio... 
Quando penso em vazio a única coisa que me vem à mente é o nada, é o que não é sem nem ter sido.
Na Psicanálise Contemporânea estuda-se a Patologia do Vazio, onde este nada dentro do ser humano é visto como uma doença. Este vazio instala-se pela falta de afeto entre mãe (ou cuidadora) e bebê. Como podemos ter referência daquilo que não aprendemos ou sequer experimentamos? E é assim que funciona: se o bebê não receber afeto nos primeiros dias e meses de vida, este vazio se instalará e se tornará patológico e este indivíduo "vazio" de afeto estará fadado a passar o resto de seus dias procurando preenchê-lo...
Mas não é bem deste vazio que gostaria de falar, mas sim do vazio existencial, do oco que é o ser humano quando este quer agradar a todos somente para obter ganhos secundários.
Máscaras... Personas... Manipulações... Existem muitos nomes para este "buraco negro" instalado no ser humano, que tenta preenchê-lo do outro ou de objetos que agradem o outro e tudo isso somente para obter algum ganho, mesmo que inconsciente, seja este ganho afetivo, social, profissional ou financeiro.
Na verdade esses seres que se acham "repletos" sofrem, pois quando o outro vai embora ou deixa de existir na sua vida, o que existe é o nada, pois tudo o que se constrói é baseado na subjetividade do outro. O EU só existe enquanto agrada ou tira proveito do outro. Não valem sentimentos, intenções, idéias e ações pois tudo isso é focado simplesmente em tirar algo do outro, o EU não é construído e nem constituído. São parecidos com bonecos infláveis tipo "joão bobo", pois se enchem do sopro de vida do outro e balançam sob a mínima pressão ou movimento mais brusco a sua volta. 
Por algum tempo o outro que é o objeto de "absorção" acha que encontrou a perfeição, mas quando percebe que o que existe ao seu lado é o nada, o que é sem ter sido, decepciona-se e afasta-se... E eis a sina do ser vazio: buscar alguém que lhe dê um sopro de vida... quer isso signifique afeto, carinho, subvenções financeiras ou idéias... este ser só vai conseguir preencher o oco, quando o outro parar de ecoar dentro dele, quando o verdadeiro EU, com todas as suas limitações, inundar o ser que a partir deste momento pode ser chamado de pensante.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

NASCER VELHO E MORRER CRIANÇA



UMA CRÔNICA MARAVILHOSA DE CHICO ANYSIO...
” Nós temos o direito de sonhar ! E o meu sonho é o de ter o poder de ser o videocassete de mim mesmo !…. Ter um controle remoto que me permitisse adiantar ou atrasar a vida, eu poderia adiantar e entrar na percepção do futuro ou poderia recuar e parar no momento que me tivesse sido maravilhoso, talvez até eternizar um orgasmo !…. Eu faria, assim, uma edição e teria uma fita só com os melhores momentos da minha vida !…. Mas uma fita só não bastaria. Teria de haver várias, por que eu sou um cara de poucas queixas. O importante seria mesmo esse controle remoto, pois eu poderia recuar a fita e me emocionar outra vez com o nascimento de meus filhos; depois eu a adiantaria e veria todos eles crescidos e eu, preocupado…O que serão na vida ? O que terão ? O que farão ?…Não ! Então eu volto, volto, volto, volto, volto, e me vejo outra vez em Maranguape, empinando pipa, jogando pião, escanchado num cavalo de pau naquela rua de terra batida, onde eu era Tom Mix, eu era Buck Jones, eu era Palonge Cassidi…Eu nú, tomando banho no açude, paquerando calcinhas e sutiãs pendurados nos varais, imaginado seus recheios….Não ! Com este controle remoto eu seria um super-herói: “Eu sou Ulisses, eu tenho poderes!” Mas eu só queria mesmo um poder. O poder de fazer a vida como acho que a vida deveria ser….
Acho que o homem deveria nascer com oitenta anos. Nasceria com oitenta anos, iria ficando mais novo, mais novo,mais novo, mais novo, mais novo até…. morrer de infância !
Chego inclusive a imaginar uma mãe comunicando o nascimento do filho :
- Menina, meu filho nasceu ! Pensei que não fosse nascer mais, tava encruado !
- Nasceu com oitenta e quatro anos ! Mas perfeitinho : um metro e setenta e seis, setenta e dois quilos. Eu ia botar o nome de Luis Cláudio, mas ele próprio foi ao cartório e se registrou como Haroldo!
E nos berçários aquela fila de cadeiras de balanço, com os velhinhos todos sentados…. tossindo, pigarreando. Todos assistidos por geriátras, já que padecendo eles todos os males comuns aos recém-nascidos : gota, artritismo, lumbago, reumatismo…. O homem nasceria com oitenta anos, aos sessenta casaria com uma mulher de cinquenta e nove, mas com uma vantagem : a cada dia, a cada semana, a cada mês, ela ficaria mais e mais jovem, até se transformar numa gata de vinte ! Com oitenta anos nasceria rico, sábio e…. aposentado ! A partir de então, passaria a ganhar menos, menos; entraria para a faculdade, desaprenderia tudo !…. Voltaria áquele estágio de ingenuidade, de burrice, de pureza ! Depois a bicicleta, o velocípede, desaprenderia a andar, esqueceria como engatinhar. Então, o voador; do voador para o chiqueirinho, do chiqueirinho para o berço, as trocas de fraudas, aquelas três gotas de remedinho no ouvido, o chá de erva-doce para dorzinha de barriga, a chuca, o peito da mãe…. e pararia de chorar !
Mas a vida, então teria que ser recriada, o mundo teria que regredir séculos…. Cabral e Colombo desdescobririam o novo mundo, o homem desinventaria a roda, atingiria o desconhecimento da pólvora e do fogo, até chegar a Adão, o último homem. O último-primeiro a quem Deus, colocando-o sobre a sua mão, em vez de lhe soprar a vida, o inspiraria novamente para dentro de sí mesmo…. “

domingo, 10 de julho de 2011

PERFIL DE BORBOLETA


Mesmo não sendo entomóloga, vou ousar  escrever sobre o perfil de um dos mais belos e atraentes insetos que conheço: a borboleta.

Elas são coloridas, alegres, atraentes aos olhos, de vôo suave, delicadas e de vida efêmera.

É uma verdadeira terapia observar o vôo de uma borboleta e entender a geometria e cores de suas asas cintilantes.

Apesar de sua beleza, as borboletas não têm condições de saber para onde vão. Elas se orientam pelo campo magnético da terra ou mesmo pelo sol. Algumas espécies podem detectar odores em algumas árvores e são atraídos por eles. E assim norteiam seu rumo incerto ou  pelo menos desconhecidos  por elas.

As borboletas só sabem o seu local de destino quando chegam lá!

Por isso as borboletas não perdem tempo, abrem suas lindas asas e partem, sem saber ao certo o que estão fazendo. Embora importantes polinizadoras, sua breve existência não passa de mero impulso de vida absolutamente inconsciente!

Em locais onde há maior intensidade magnética é possível ver várias borboletas voando juntas, em círculos, pois de tão sensíveis que são, perdem o foco de sua meta ante a mínima variação atmosférica.

O foco das borboletas é determinado pelo acaso. Sabe aquela música que diz: “deixa a vida me levar...”? Isso é a cara das borboletas!

Assim também são alguns seres humanos... Vivem como borboletas...

Pessoas e profissionais não podem deixar a vida levar-lhes sem rumo certo. Manter o foco é essencial para atingir o que se pretende na vida, no trabalho ou mesmo na sala de aula.

Deixar-se levar por  emoções não elaboradas  combina com borboletas, não com pessoas determinadas, que sabem o que querem da vida e pelo menos tem uma noção de onde querem chegar nos próximos cinco, dez ou vinte anos.

Então concentre-se nos seus objetivos pessoais, profissionais e escolares, e resista ao campo magnético, seja ele qual for, que eventualmente possa fazer você desviar-se do seu destino, pois voar em círculos é altamente improdutivo para os seres humanos.

O perfil de borboleta não combina com pessoas que têm metas e objetivos a cumprir na vida, no trabalho ou na escola.  Isso atrasa seus sonhos.

Pense nisso!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Só tem mulher quem pode!




por Luiz Fernando Veríssimo

O desrespeito à natureza tem afetado a sobrevivência de vários seres e entre os mais ameaçados está a fêmea da espécie humana.
Tenho apenas um exemplar em casa,que mantenho com muito zelo e dedicação, mas na verdade acredito que é ela quem me mantém. Portanto, por uma questão de auto-sobrevivência, lanço a campanha 'Salvem as Mulheres!'
Tomem aqui os meus poucos conhecimentos em fisiologia da feminilidade a fim de que preservemos os raros e preciosos exemplares que ainda restam:

HabitatMulher não pode ser mantida em cativeiro. Se for engaiolada, fugirá ou morrerá por dentro. Não há corrente que as prenda e as que se submetem à jaula perdem o seu DNA. Você jamais terá a posse de uma mulher, o que vai prendê-la a você é uma linha frágil que precisa ser reforçada diariamente.

Alimentação corretaNinguém vive de vento. Mulher vive de carinho. Dê-lhe em abundância. É coisa de homem, sim, e se ela não receber de você vai pegar de outro. Beijos matinais e um 'eu te amo’ no café da manhã as mantém viçosas e perfumadas durante todo o dia. Um abraço diário é como a água para as samambaias. Não a deixe desidratar. Pelo menos uma vez por mês é necessário, senão obrigatório, servir um prato especial.

FloresTambém fazem parte de seu cardápio – mulher que não recebe flores murcha rapidamente e adquire traços masculinos como rispidez e brutalidade.

Respeite a naturezaVocê não suporta TPM? Case-se com um homem. Mulheres menstruam, choram por nada, gostam de falar do próprio dia, discutir a relação? Se quiser viver com uma mulher, prepare-se para isso.

Não tolha a sua vaidadeÉ da mulher hidratar as mechas, pintar as unhas, passar batom, gastar o dia inteiro no salão de beleza, colecionar brincos, comprar muitos sapatos, ficar horas escolhendo roupas no shopping. Entenda tudo isso e apoie.

Cérebro feminino não é um mitoPor insegurança, a maioria dos homens prefere não acreditar na existência do cérebro feminino. Por isso, procuram aquelas que fingem não possuí-lo (e algumas realmente o aposentaram!). Então, agüente mais essa: mulher sem cérebro não é mulher, mas um mero objeto de decoração. Se você se cansou de colecionar bibelôs, tente se relacionar com uma mulher. Algumas vão lhe mostrar que têm mais massa cinzenta do que você. Não fuja dessas, aprenda com elas e cresça. E não se preocupe, ao contrário do que ocorre com os homens, a inteligência não funciona como repelente para as mulheres.

Não faça sombra sobre elaSe você quiser ser um grande homem tenha uma mulher ao seu lado, nunca atrás. Assim, quando ela brilhar, você vai pegar um bronzeado. Porém, se ela estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda.
Aceite: mulheres também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar. O homem sábio alimenta os potenciais da parceira e os utiliza para motivar os próprios. Ele sabe que, preservando e cultivando a mulher, ele estará salvando a si mesmo.

É, meu amigo, se você acha que mulher é caro demais, vire gay.

domingo, 3 de julho de 2011

"Que tal, tentarmos valorizar o que já temos?"


Ao ler a frase do Psicanalista e Profº Renato Dias Martino, fiquei pensando sobre a ambiguidade que por vezes invade a alma do ser humano. Por vezes a acomodação e a "zona de conforto" faz com que a pessoa mantenha-se numa posição de espera e assim mantêm-se até que a vida se encarregue de trazer suas dádivas. Outros por sua vez saem numa busca frenética atrás daquilo que os outros têm e isto se torna o objetivo de sua  vida. 


Mas a frase remete-nos à insatisfação interna consigo mesmo e com o mundo. Esquecemo-nos que tudo o que possuímos tanto interna quanto externamente, é fruto de conquistas e estas muitas vezes duras e suadas. Mas quando conseguimos o objeto do desejo, este acaba encontrando-se com o fim das expectativas e da empolgação que movia-nos em direção do tão sonhado e desejado objeto, e o valor que este tinha na fantasia acaba perdendo-se junto com o entusiasmo da conquista.


Qual afinal será o segredo para valorizarmos o que já temos, sem acomodarmo-nos diante de novas conquistas?


Penso que devemos olhar para trás, analisar o que tínhamos ou  o que éramos antes de passar pelas últimas vivências, contabilizar erros e acertos, perdas e ganhos e ter a certeza de que hoje somos muito mais experientes e temos muito mais conhecimento do que ontem e dias atrás, e isso ninguém pode tirar de nós. 


Valorizar-nos enquanto seres humanos, talvez possa ser o melhor caminho para valorizar o que temos e somos!

domingo, 12 de junho de 2011

QUANDO É HORA DE PARTIR!


Neste Dia dos Namorados ao contrário da mídia, quero falar dos relacionamentos que por algum motivo acabaram e aquelas pessoas que um dia sonharam com  o "prá sempre" tiveram que dar razão para  Renato Russo, que escreveu na música "Por Enquanto" : "...o prá sempre, sempre acaba...".


No rompimento de qualquer tipo de relacionamento o sentimento de fracasso e de fragilidade assolam as pessoas envolvidas, cada um fica no seu canto fazendo o seu balanço interno e buscando respostas do porquê não deu certo. As incertezas individuais expõem-se como feridas que brotam na pele e a única certeza que surge é a  de que se podia ter feito um pouco mais para dar sustentabilidade ao relacionamento. Mas agora não há mais tempo... o que era eterno acabou e surge então a pergunta: "Por que não deu certo?"


Mas quem disse que não deu certo?


Não é porque um relacionamento acabou que ele não deu certo....Deu certo sim... E muito! Durante o tempo que ele durou!


Durante o tempo em que o relacionamento existiu ele foi perfeito para ambos, apesar da brigas e crises. O fato é que a vida é dinâmica e às vezes vezes esta dinâmica acontece em tempos diferentes na realidade das pessoas envolvidas num mesmo relacionamento. Aí então passa-se a ter interesses, vivências, experiências e amadurecimento em níveis diferentes. Surge então o conflito, pois aquelas pessoas que antes tinham ideais e sonhos comuns passam a ver a vida, principalmente a vida a dois, sob óticas e perspectivas diferentes.


Quando é hora de partir tem que se ter em mente que aquele que fica, não é o rival, o inimigo, mas sim o companheiro de jornada que numa bifurcação da estrada da vida, entendeu que o lado oposto ao outro era o melhor caminho a seguir. Ver isto como uma opção de vida, na tentativa de ser feliz e deixar que outro seja feliz também e que a parceria instituída por ambos deu muito certo,por um tempo, é um sinal de amadurecimento. Ao outro que foi companheiro, agora deve caber um lugar especial no passado. Um lugar de amigo, amante, professor e companheiro. 


Que lugar este outro ocupará no futuro? Isso quem vai dizer é o comportamento maduro ou imaturo na hora da partida.


O prá sempre acabou? Não... Foi eterno enquanto durou!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

PRÁ SEMPRE? NEM PENSAR!



A idéia mais perversa e doentia em um relacionamento pode ser pensar que ele durará incondicionalmente para sempre.

Parece estranho dizer isto, mas é verdade! E esta verdade vale tanto para opiores quanto para os melhores laços que se tem com as pessoas, seja na amizade, no casamento ou no trabalho.

Quando tudo parece estar perfeito é natural desejar que dure para sempre.

O perigo desse desejo é acreditar em sua incondicionalidade.

Estar certo de que aquilo que está muito bom durará por si para sempre é como tentar envernizar o vento.

Na verdade, isso é uma armadilha psicológica para o coração, pois a certezde durabilidade coloca a pessoa em zona de conforto, fazendo-a perder sentido e a necessidade da conquista diária, tornando o relacionamento monótono simplesmente porque se acreditou o precisar fazer mais nadde especial para garantir a sobrevida daquilo que naturalmente conseguiria sobreviver só com o tempo.

A elevada segurança que porventura se mantenha em um relacionamento
tende a deixar as pessoas eventualmente mais confiantes e por isso arriscam mais, tornando-se mais descuidadas e menos diligentes no trato diárioInevitavelmente acabam perdendo aquilo que imaginavam não perderianunca, simplesmente porque acreditaram na incondicionalidade do “parsempre.”

Anitas, muitas pessoas tardam compreender por que aquela certeza de
eternidade não se concretizou e delongam entender por que a realidade nem sempre obedece aos desejos do coração.

Quando, por algum motivo, previsto ou imprevisto acontece ruptura natural ou
não, então, o impacto emocional se devastador para quem sustentava a
confortável, porém perigosa certeza de que aquele vínculo seria eterno.

Neste caso, fazer algo diferente todo dia é muito mais eficaz do que apenas
acreditar na imortalidade da relação.

As pessoas que mais sofrem com o fim de um relacionamento ou com perda de um emprego o aquelas que acreditavam seriam eternos.

O pior de tudo é que a maioria dos relacionamentos termina justamente porque as pessoas acreditavam ter certeza de que durariam para sempre e, por isso, pensavam não precisar fazer nada de especial para torná-los eternos de verdade e o apenas enquanto durassem por si mesmos.

Talvez por causa dessa perniciosa certeza, a morte, a separação ou as perdade modo geral tenham desenvolvido incvel talento para dirigir os sonhos dquem as sofrem.

As metas e objetivos de vida tendem a durar mais quando as pessoas se
preparam     melhor     para     a    idéia     de    que    nada     nem     ninguém     são incondicionalmente para sempre.

No ciclo da vida o fim é sempre uma oportunidade de recomeço.

De igual modo, quando o relacionamento se torna aflão diária, pensar que aquela relação durará para sempre só aumentará a agonia e o desespero, fazendo com que as pessoas intensifiquem as estratégias de ataque ou oargumentos de defesa, tornando o diálogo produtivo algo impossívelfazendo prevalecer os berros como a via régia daquela relação degradante precocemente terminal.

O calor das discussões e das agressões sicas ou verbais tem o poder de anular a confiança e fazer evaporar o respeito e o amor necessários para manutenção de qualquer tipo de relacionamento.

Relacionar-se é ato connuo de investimento diário.

O que fez um relacionamento durar até certo ponto pode não ser mais
suficiente para levá-lo adiante. Para um relacionamento acabar, basta não
fazer nada.

Tanto nos melhores, quanto nos piores relacionamentos é aconselhável pensar
e cultivar a idéia de que eles não durarão para sempre.

Desta forma, aquilo que está muito bom poderá ficar ainda melhor, pois um
pouco de insegurança fará a pessoa ficar mais alerta, mais atenciosa assim investirá mais qualidade na relação.

Aquilo que está ruim, por sua vez, poderá ser tolerado, até que o desfecho final se efetive de forma pacifica e quem sabe até amistosa.

O fato de pensar que um relacionamento ruim não durará para sempre tira das pessoas a necessidade de tranferir culpas e se protegerem atacando-se mutuamente, pois sabem que não ficarão muito tempo juntos, mantendo assim pelo menos o respeito e a amizade até que as coisas se ajeitem e, como efeito colateral positivo, fazer durar um pouco mais aquilo que era possível não acabar tão breve.

Acreditar que se está incondicionalmente com alguém para sempre? A partir de agora nem pensar!