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quinta-feira, 28 de abril de 2011

MANIA DE EXPLICAÇÃO

Era uma menina que gostava de inventar uma explicação para cada
coisa. 

Explicação é uma frase que se acha mais importante do que a palavra. 

As pessoas até se irritavam, irritação é um alarme de carro que dispara bem no meio de seu peito, com aquela 
menina explicando o tempo todo o que a população inteira já sabia. 

Quando ela se dava conta,
todo mundo tinha ido embora. Então ela ficava lá, explicando, sozinha. 

Solidão é uma ilha com saudade de barco. 
Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança pra acontecer
de novo e não consegue. 
Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento
reapresenta um capítulo. 
Autorização é quando a coisa é tão importante que só dizer "eu
deixo" é pouco. 
Pouco é menos da metade. 
Muito é quando os dedos da mão não são suficientes. 
Desespero são dez milhões de fogareiros acesos dentro de sua
cabeça. 
Angústia é um nó muito apertado bem no meio do sossego. 
Agonia é quando o maestro de você se perde completamente.
Preocupação é uma cola que não deixa o que não aconteceu ainda
sair de seu pensamento. 
Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer mas acha que
devia querer outra coisa. 
Certeza é quando a idéia cansa de procurar e pára. 
Intuição é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta
rápido. 
Pressentimento é quando passa em você o trailer de um filme que
pode ser que nem exista. 
Renúncia é um não que não queria ser ele. 
Sucesso é quando você faz o que sempre fez só que todo mundo
percebe. 
Vaidade é um espelho onisciente, onipotente e onipresente. Vergonha
é um pano preto que você quer pra se cobrir naquela hora. 
Orgulho é uma guarita entre você e o da frente. 
Ansiedade é quando faltam cinco minutos sempre para o que quer que
seja. 
Indiferença é quando os minutos não se interessam por nada
especialmente. 
Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final
do sentimento. 
Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar
algum recado. 
Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes. 
Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração. 
Alegria é um bloco de Carnaval que não liga se não é fevereiro. 
Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma. 
Amizade é quando você não faz questão de você e se empresta pros
outros. 
Decepção é quando você risca em algo ou em alguém um xis preto
ou vermelho. 
Desilusão é quando anoitece em você contra a vontade do dia. 
Culpa é quando você cisma que podia ter feito diferente, mas,
geralmente, não podia. 
Perdão é quando o Natal acontece em maio, por exemplo. 
Desculpa é uma frase que pretende ser um beijo. 
Excitação é quando os beijos estão desatinados pra sair de sua
boca depressa. 
Desatino é um desataque de prudência. 
Prudência é um buraco de fechadura na porta do tempo. 
Lucidez é um acesso de loucura ao contrário. 
Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e7I
assume o mandato. 
Emoção é um tango que ainda não foi feito. 
Ainda é quando a vontade está no meio do caminho. 
Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele. 
Desejo é uma boca com sede. 
Paixão é quando apesar da placa "perigo" o desejo vai e entra. 
Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado. Não.

Amor é um exagero... Também não. É um desadoro... Uma batelada? Um
enxame, um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um
despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego? Talvez
porque não tivesse sentido, talvez porque não houvesse explicação,
esse negócio de amor ela não sabia explicar, a menina.

domingo, 17 de abril de 2011

EU, COMIGO E COM O OUTRO

Caetano Veloso, sabiamente, disse em sua canção Dom de Iludir:"cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é...", o próprio nome da canção já é um bom assunto, mas vou me deter na frase que hoje me inspira.
Quando estabelecemos relacionamentos em nossa vida, sejam eles românticos, profissionais ou sociais queremos ser aceitos incondicionalmente com toda nossa bagagem de vida, todos nossos aprendizados e nossas frustrações. Aportamos na vida do outro, abrimos nossa bagagem e vamos caminhando por uma estrada em comum como companheiros de viagem. Mas muitas vezes esquecemos que o outro também possui sua própria bagagem, com aprendizados e frustrações diferentes das nossas. Esperamos que o outro faça sua trilha no ritmo que julgamos melhor, isso porque olhamos para essa jornada com as experiências que trazemos em nossa bagagem...
O certo e o errado não existem quando a caminhada é compartilhada com alguém. O que existem são valores comuns, em certos aspectos e um consenso imposto pelo meio social que vivemos; as demais questões serão decididas de acordo com as experiências individuais de cada um. 
E o que é melhor em determinado momento, a minha experiência ou a do outro?
E se eu lhe disser que nenhuma das duas? Porque as experiências individuais só servem para você, só cabem na sua bagagem, assim como a do outro só cabe na bagagem dele. Por isso, impor sua maneira de agir em momentos decisivos, pode não ser a melhor solução. Com certeza a busca de uma nova solução com idéias em comum, será sem dúvida, o que caberá na medida certa na bagagem de cada um.
Esperar que o outro concorde com atitudes que retiramos da nossa bagagem, impor e esperar que ele apenas acate as nossas decisões como a melhor solução para ambos, numa jornada compartilhada, só servirão para que sejamos abandonados no meio caminho.
Não devemos nos esquecer que cada um de nós é um universo de sentimentos, vivências e necessidades... e isso faz de nós seres únicos, com uma bagagem, um sabor e uma dor diferente do outro... e isso serve apenas para nós mesmos...para mim e para o outro simultânemente, cabe aquilo que juntos decidirmos.